quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O céu do interior

Quando vou para Sarapuí, no interior de São Paulo, o meu ritmo muda junto com a qualidade do ar e o fluxo de veículos e pedestres ao meu redor.

São outros sons, outros cheiros, outras texturas. O tempo passa devagar e a limonada feita com a fruta recém colhida, temperada com hortelã fresquinha, tem um sabor único.

A luz do sol é mais intensa, a lua pode ser vista desde cedo e o pôr do sol é de tirar o fôlego. Os antotypes ficam prontos rapidinho. Este foi feito com chá silvestre de frutas vermelhas e hibisco.

Um saquinho de chá para dois antotypes revelados lá e outro que coloquei no sol hoje. O papel tem textura, gostei do efeito.

A borboleta ainda é a mesma.  Adoro o resultado dessa imagem em antotypes. Andei clicando borboletas em Sarapuí também. Quem sabe rendam outros antotypes em breve.


quarta-feira, 11 de julho de 2012

Budas e fotos


Da esquerda para a direita, em sentido horário, as fotos são do Khadro Ling, do Zulai e do Odsai Ling
Existem lugares onde a paz parece morar.
Nestes lugares o sol tem mais força, as cores são mais vivas, o ar é mais puro.
Não sei ao certo que energia é essa, sei que me faz bem passar algumas horas no templo Zulai ou no Odsai Ling, ambos em Cotia-SP, da mesma forma que costumava frequantar o Khadro Ling, em Três Coroas-RS.
Será que essa energia vem dos budistas, de seus monumentos e estátuas, ou será que eles se instalaram nesses lugares justamente por causa da energia que encontraram neles?
Eu não sei e, honestamente, isso não importa. Tudo que sei é que ir a esses lugares me faz bem. Por isso gosto deles e ainda pretendo fotografá-los muitas e muitas vezes. 


domingo, 1 de abril de 2012

De novo (ou ainda?) a borboleta

O mesmo positivo foi usado, desta vez, sobre um papel pincelado com sobras de café.
Estão em produção, atualmente, novas experiências com chá de fumo, gelatina de morango, curry e arnica.
Vou dar um tempo para a borboleta, oportunamente ela voltará a aparecer por aqui.
No momento, voltei ao meu modelo preferido. Em breve, espero ter bons resultados para compartilhar.

sexta-feira, 9 de março de 2012

A beterraba centrifugada e o desapego

As relações entre o budismo e os registros fotográficos foram o tema do meu trabalho de conclusão da pós-graduação em Poéticas Visuais, em 2005.
De certa forma, aquele projeto sempre volta, procurando novos caminhos, novas possibilidades.
Esta imagem é a reprodução de uma foto que fiz no templo Odsai Ling, em Cotia-SP, em 2011.
Os únicos dois templos de budismo tibetano vajrayana do Brasil ficam próximos de locais onde eu morei. Um no Rio Grande do Sul, outro em São Paulo. Ambos me inspiram muito sempre que os frequento e, por esta razão, fotografo muito cada detalhe, quase que compulsivamente.
O papel usado para este antotype foi pincelado com beterraba centrifugada. Paciência budista foi necessária, porque foram dez pinceladas e, a cada uma delas, era preciso esperar que a "tinta" secasse, para recomeçar. Depois disso e alguns dias na gaveta, o papel e a imagem impressa disposta sobre ele ficaram expostos ao sol por 15 dias. Agora, pretendo exercitar o desapego, colocando a imagem novamente no sol, para que desapareça.

domingo, 4 de março de 2012

A minha caixinha

Hoje abri outro antotype feito com fotos daquela mesma borboleta. O papel foi pincelado com amora três vezes. Esmaguei amoras que já tinham passado do ponto, tirei as sementinhas e pincelei o papel uma vez. Pendurei para secar e repeti o processo duas vezes, até acabar a “tinta”. O papel ficou uns dois meses na gaveta, esperando por uma foto, uma inspiração. Depois, passou esta semana tomando sol em cima do telhado.

Fiquei feliz com o resultado mas, principalmente, por ter voltado a me dedicar aos antotypes. Digo que eles são a minha caixa do nada, como no vídeo que faz sucesso na internet onde o comediante Mark Gungor compara os cérebros feminino e masculino:




De fato, tenho pensamentos como um novelo, uma coisa levando a outra o tempo inteiro, como ele descreve o cérebro feminino. No entanto, quando comecei a produzir antotypes, no ano passado, foi como se encontrasse no meio da confusão a minha caixa de fazer nada, que ele descreve como um privilégio do cérebro masculino.
É claro que quando estou trabalhando neles, produzindo as tintas, pincelando os papéis, fotografando, imprimindo as lâminas... estou sempre fazendo alguma coisa. No entanto, é uma atividade onde consigo me desplugar do novelo cerebral... deixar de pensar em contas, compromissos, problemas, planos... naquele momento só quero conseguir belas imagens.
Em suma, eu entro na minha caixinha, aquela só minha. Saio, então, daquelas outras, iguaizinhas, como a Nara Leão canta lindamente em uma versão tupiniquim da música Little Boxes:

quinta-feira, 1 de março de 2012

E a borboleta virou antotype

No ano passado, fiz um curso de Processos fotográficos históricos do século XIX, com a fotógrafa Beth Lee. Foi uma experiência catársica e desde então me aventuro com produções caseiras de antotypes, por ser um processo fotográfico que dispensa o uso de químicos e pode mesmo dispensar o papel.
O mais divertido é quando o processo de reproduzir imagens nas folhas dá resultados incríveis como o que aconteceu com a foto da borboleta que esteve aqui por esses dias. Tem outro antotype em produção, com a mesma foto em maiores dimensões sendo reproduzida em uma folha de papel aquarela pintada com suco de amora. O sol está fazendo seu trabalho e já que ele tem aparecido com força, nos próximos dias devo publicar o resultado aqui.

Aos interessados em processos fotográficos históricos, um novo curso com a mesma professora vai começar este mês, no Sesc Pompeia. As informações estão disponíveis no blog da Beth Lee.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A borboleta e a retomada fotográfica

Este blog ficou abandonado durante um tempo e esta semana uma criaturinha que apareceu em casa me deixou com vontade de retomá-lo.
Fazia tempo que eu não conseguia fotografar uma borboleta assim de pertinho. Gostei tanto das fotos que fiz dela que estou preparando antotypes com folhas e tinta de amora, outro projeto retomado. Desde dezembro eu não produzia novas imagens com essa técnica.
Tratei as fotos da borboleta, imprimi em lâminas e deixei em cima do telhado. Assim que o sol fizer seu trabalho, compartilharei os resultados aqui.
Por enquanto, deixo um dos recortes da borboletinha que me fez retomar antigos projetos.