sexta-feira, 30 de abril de 2010

Fotografia é vida






Começo este blog com o desafio de postar semanalmente uma imagem e um texto.


Nesse primeiro post, como não poderia deixar de ser, a foto é do Theodoro, meu filho de 2 anos.

O texto é meu e está na edição atual da Revista Continuum, do Itaú Cultural:

O ato de fotografar é uma entrega. Além disso, é uma tentativa de parar o tempo, congelar momentos para que se possa eternizá-los. É poético e é trágico. Não somos capazes de parar o tempo, evitar que ele passe. Ou somos?

As fotografias, que antes carregávamos em álbuns, porta-retratos e quadros, agora ficam armazenadas em computadores, CDs e cartões de memória. Mas elas continuam sendo guardadas. Preservadas, vistas, mostradas. Mostramos nossas fotografias porque através delas nos revelamos. Sem qualquer tipo de pudor, as imagens que produzimos dizem o que somos, como pensamos, o que queremos.

A fotografia é tão subjetiva que muitas vezes se confunde com o fotógrafo. É o olhar que determina a fotografia, e não o objeto fotografado, o equipamento utilizado ou mesmo as condições de luz. O processo de produção da imagem pode ser analógico, envolver a utilização de negativos e químicos, ou pode ser digital, onde o ato fotográfico chega a se confundir com a própria fotografia. O que importa é o olhar.

A forma como o fotógrafo vê aquele momento, a importância daquilo para quem fotografa, a vontade de parar o tempo ali é o que produz a fotografia. E também o que a mantém viva, porque a fotografia, ao tentar parar o tempo e evitar a morte, só pode ser vida.


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